gois de papel Pornografia e camisinha no Rio durante o século XIX Foi no meio de documentos do Arquivo Histórico Ultramarino, e...
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Pornografia e camisinha no Rio durante o século XIX
Foi no meio de documentos do Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa, que Nireu Cavalcanti, de 69 anos, encontrou a preciosidade. Um documento descrevia em pormenores um inusitado lote de contrabando apreendido no Porto do Rio em 5 de outubro de 1807. Eram mais de cem desenhos pornográficos (como o da foto) e, acredite, 1.716 camisinhas distribuídas em 12 embrulhos. A descrição desse achado e de outras curiosidades do Brasil Colônia está no livro “Histórias de conflitos no Rio de Janeiro colonial: da carta de Caminha ao contrabando de camisinha (1500-1807)”, que Cavalcanti lança em novembro pela Editora Civilização Brasileira. “Foi um presente do santo protetor da irmandade dos pesquisadores encontrar um documento assim tão detalhado”, brinca Nireu, que estuda a História do Rio há mais de 30 anos.No Rio de 1800, o uso da camisinha já era assim tão expressivo para chegar de uma só vez quase duas mil?
Claro. A camisinha sempre existiu na sociedade urbana, na Grécia, em Roma. Era feita da pele mais fina dos intestinos de vários animais. E sempre foi condenada pela Igreja. Por isso, chegava aqui por contrabando.
E qual foi a reação das autoridades quando a carga foi descoberta?
O documento diz que as gravuras pornográficas e as camisinhas chegaram de navio em dois caixões. O juiz da Alfândega descreveu que eram “escandalosas estampas soltas, livros com estampas e saquinhos de peles finas” (as camisinhas), que teriam sido “inventados pela malícia humana, capazes de corromper os bons costumes, e por escandalosos não devem aparecer em público”.
De onde vinham as gravuras e as camisinhas?
Da Europa, provavelmente da França, da Alemanha ou da Inglaterra. O uso de camisinha era disseminado. Mas a Igreja achava um absurdo e proibia, como proíbe até hoje. Mas as pessoas usavam mesmo assim. Esse lote foi apreendido num navio e levado para os armazéns da Alfândega à espera de que algum comerciante fosse lá reclamar. Não apareceu ninguém, é claro.
Fonte:Ancelmo.com
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