A cidade viveu mais um FASC, ou festival de artes de São Cristóvão, que começou com a proposta de ser um evento que elevasse o nome da cult...
A cidade viveu mais um FASC, ou festival de artes de São Cristóvão, que começou com a proposta de ser um evento que elevasse o nome da cultura sergipana, e da cultura brasileira em geral.
Criado dentro das paredes da UFS, a onde um sacristovense representou a cidade na mesa de planejamento, o nosso poeta Manoel Ferreira, que estava como diretor do museu de Sergipe na época, e contribuiu bastante para a realização do FASC que foi um sucesso desde seu inicio em 1972.
A proposta de apresentar trabalhos culturais, que envolvia basicamente a comunidade acadêmica, lembrando foi em meio ao período mais rígido da ditadura militar, a onde a rebeldia era uma forma de manifestação, ser hippie era uma forma de protestar contra o sistema vigente na época, as roupas diferentes, o cabelo fora dos padrões vividos no pais, tudo isso chocou a comunidade local, que logo se acostumou, e de alguma forma passou a fazer parte do FASC, mudando as vestes, entrando de vez no clima.
O FASC durante as suas 37 edições, viveu algumas transformações, quando o FASC foi pausado em um período de pouca importância para a cultura nacional, isso no governo nefasto e sombrio de Fernando Henrique Cardoso, que tinha aparência de liberal, mas escondia toda hipocrisia do conservadorismo nacional, a onde um professor universitário ocupando o cargo de presidente cortou as verbas das universidades federais, com isso prejudicando a realização do FASC, que era inteiramente dependente das verbas federais.
O longo período sombrio que a cidade viveu sem a realização do FASC, foi um tempo de lutas a onde só se ouvia lamentações por parte de todos que conheceram a festa, a falta de esperança do seu retorno foi grande, o que poderíamos esperar em uma cidade que cancelava até o 7 de setembro, o carnaval e a festa de Passos foi ameaçada de não acontecer, isso em uma administração que não conseguia entender a importância desses eventos, não só para a cidade, mas para Sergipe.
Com a chegada de Marcos Santana a prefeitura, a cidade ganha o seu FASC de volta com todas as características da proposta do FASC, que até aconteceu em períodos confusos da historia da cidade mas totalmente descaracterizado, o que não diferenciava de outras festas do interior sergipano, sem a menor pegada cultural apenas existia, sem alma, sem vida.
Depois da chegada de Marcos Santana ao poder, o FASC se tornou um evento que passou a ser visto como evento de grande porte cultural outra vez, evento de resistência, com grandes ícones da cultura nacional participando, ou seja, recuperou sua alma, sua vida.
A 37° edição foi uma edição histórica, que completou 50 anos e a liberdade foi a sua grande marca, a cidade se transformou na "Ilha da fantasia", a onde pessoas comuns no dia-a-dia, no FASC nitidamente libertavam-se das amaras de uma sociedade opressora e simulada, que insiste em manter padrões, o FASC propicia a oportunidade para artistas desconhecidos serem percebidos.
O publico é um show aparte, o publico com suas tribos, tem uma colaboração fundamental na construção do FASC, com suas roupas, suas maquiagens, personagens comuns que engrandecem o evento, perambulando nas ruas da cidade, ou seja, "Chocando".
A cidade esteve cheia desde a quinta-feira 01/12), o FASC literalmente ditou a agenda cultural do estado, sendo o que sempre foi, o FASC, os que odeiam o FASC, sempre vão odiar, porque a arte, incomoda, a cultura, incomoda, e a arte e cultura sendo confrontada por um conservadorismo barato e politiqueiro vai continuar incomodando, o que podemos dizer, existe exageros em algumas manifestações culturais, sim, claro, tem artistas que ainda não esta preparados para eventos de públicos variados, apenas é artistas de tribos, e não conseguem se preparar para públicos diversos, infelizmente, mas o FASC é maior do que equívocos individuais.
A praça São Francisco, é sem duvida o cenário que representa a cultura Sergipana, e assim foi, todos os dias com a sua lotação máxima, foi o assunto mais comentado no estado no quesito cultural em todas as as redes sociais no final de semana, o FASC é um patrimônio do povo sergipano, mesmo que alguns de estatura baixa nunca vão entender, mas quem é sancristovense entende e torce para que o nosso FASC viva, e sobreviva aos ataques do neofascismo dos hipócritas travestidos de um moralismo superficial, a tudo isso o FASC VIVE.
Tudo que é fora do circuito da capital, recebe pouca repercussão na imprensa estadual, mas o FASC sobrevive a tudo isso, é maior que a imprensa estadual, rompe fronteiras a sua repercussão positiva.
O próximo FASC já tem data em novembro de 2023, a cultura agradece com novo rumo, com o ministério da cultura ativado pelo futuro governo Lula, o FASC 2023 tem tudo para ser ainda melhor, evolução essa é a palavra, que a cidade evolua ainda mais e "Viva ao FASC!!
Tem que fazer um vídeo com os melhores momentos do FASC
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