A exatos 169 anos São Cristóvão recebia o mais duro golpe da sua história. A cidade que vinha lutando para se fixar em um lugar seguro par...
A exatos 169 anos São Cristóvão recebia o mais duro golpe da sua história.
A cidade que vinha lutando para se fixar em um lugar seguro para sua existência, que por duas vezes foi queimada e destruída por invasores, agora consegui se fixar na região do morro da Una, a onde se encontra São Cristóvão ate hoje.
Com a valorização da cana de açúcar, as oligarquias se fortaleceram, as disputas entre os grupos ficaram cada vez mais escancaradas.
Os barões da região do Vaza Barris, contra os barões da região do Vale do Cotinguiba.
O Barão mais astuto, mais sórdido, e sem escrúpulos, era o João de Melo Gomes, o Barão de Maruim, que arquitetou a mudança da capital, passando por cima de viabilidades técnicas, dos grandes custos aos cofres públicos, foi contestada a mudança pelo imperador D. Pedro II, quando em visita a São Cristóvão, e o Barão de Maruim foi embora para o Rio de Janeiro, para não recebê-lo, e ser questionado publicamente.
Sabemos que naquela época, com a geografia desfavorável que tinha Aracaju era totalmente inviável a sua construção, tendo a maior parte do seu piso coberto por mangue, seria preciso volumosos recursos para aterrar, e só assim construir prédios e casas, o que demorou anos, e atrasou Sergipe no desenvolvimento comparado com outros estados do nordeste.
Até os dias atuais ficou comprovado que ali não era o lugar ideal, com pouca extensão de terra,e na sua maioria alagada.
Até os anos 70, as famílias abastadas do interior se recusava morar em Aracaju, apenas tendo uma casa ou apartamento para seus filhos estudarem.
O Barão de Maruim, usando seu marionete, o Inácio Barbosa que foi vice-presidente da província do Ceará, e que não tinha a mínima identificação ou conhecimento da política local, foi usado para fazer a mudança.
As consequências da mudança foram danosas a sociedade sergipana na época, que foi jogada em um local sem a mínima estrutura necessária, por isso muitos funcionários públicos não quiseram se mudar para Aracaju, tem relatos que o Barão de Maruim perseguiu pessoalmente um juízes e outros funcionários, chegando a demitilos, o Barão era o vice-presidente da província, mas era quem de fato mandava.
Até pouco tempo as nossas escolas em São Cristóvão, ensinavam que João Bebe Água, e o grupo contrário a mudança da capital eram arruaceiros, cachaceiros, apenas repetirmos em sala de aula o discurso difamatório das elites, o que hoje descostruimos a duras penas.
O projeto da mudança foi muito questionado na época, a tal ponto do malandro Barão ir embora de Sergipe, indo morar na capital do Império a onde morreu, no Rio de Janeiro.
A mudança foi um grande prejuízo para São Cristóvão, seus moradores na época, a sua autoestima até os dias de hoje.
Muitos lutaram, muitos foram heróis afavor da cidade, muitos foram ridicularizados, a exemplo de João Nepomuceno Borges (João Bebe Água), Frei Jose de Santa Cecília, escritor do hino de Sergipe, e tantos outros, a elite da época tentou apagá-los, até conseguiram por um tempo, mas os historiadores resgataram a verdade, o que nos enche de orgulho desses bravos sancristovenses.
Foi uma grande injustiça na época com São Cristóvão, é seus moradores a mudança, que ficou comprovado que foi feita por interesse de um pequeno grupo, de homens sem o menor escrúpulo, apenas pensando em retorno financeiro em um curto espaço de tempo, o que trouxe grandes prejuízos a Sergipe, e atraso na competitividade com outras capitais na época.
Hoje, o que desejamos é que Aracaju, que não tem nada haver, seja cada vez mais digna de ser a capital de todos os sergipanos.
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