O meu melhor presente: “Parabéns pra mim” Hoje são dois de setembro de dois mil e onze. Há exatos dez anos, eu Messias Gonçalves, “DEIX...
O meu melhor presente: “Parabéns pra mim”
Hoje são dois de setembro de dois mil e onze. Há exatos dez anos, eu Messias Gonçalves, “DEIXEI” de fumar. Jamais em tempo algum nesse período, citei que havia “parado” (permitam-me citar somente agora). Na minha concepção essa determinação faz parte do processo de extirpar esse vício.
Havia iniciado essa minha vida de fumante vinte e seis anos antes de ter deixado. Lembro que Paulinho de Zé Veinho ou Paulinho dos Correios, amigo de todas as horas, que me deu a primeira lição, de como seria um bom fumante. Na cozinha do seu casarão em São Cristóvão, ele pegou um copo com água, deu um gole, tragou, bebeu mais um pouco de água e depois classicamente, soltou a fumaça. Para não ficar por baixo, procurei fazer o mesmo.
Como disse antes, foram vinte e seis anos. De segunda a quinta feira, pelo menos era um maço. De sexta a domingo, só os meus pulmões sabiam. É que uma das inúmeras desculpas para os que não querem deixar são justamente as bebidas. É assim com o cafezinho, com o sexo, com as esperas, as alimentações, e várias outras desculpas para justificar.
Porém, antes de ter “deixado” definitivamente, “parei” por duas vezes, coincidentemente dois meses cada. O engraçado é que nessas duas vezes, passei por períodos que não justificaria mais as minhas recaídas. Numa dessas vezes, passei os oito dias de um dos Festivais de Artes de São Cristóvão (os primeiros), farreando todos os dias, meio dia, toda à tarde, à noite, até as madrugadas, e não fumei. Após o término, numa segunda feira depois do almoço, não resistir e voltei.
Em dois mil e um, prestes a completar meus quarenta anos, ouço de um amigo, José Pereira de Souza, vendedor de carros e funcionário aposentado do DER/SE, que o então secretário e na época cunhado do governador Albano Franco, o senhor José Barreto de Figueiredo, havia ao completar os seus quarenta anos, dado para si, um presente. “Deixou de fumar”. Lembro que na hora comentei de ter sido uma boa idéia e um excelente presente.
Essa revelação nunca mais havia saído de minha cabeça. Sem comentar com alguém, comecei a amadurecer essa que seria uma decisão a ser tomada por mim também. Preparei-me psicologicamente, como dizemos. Foquei para que finalmente em vinte e cinco de dezembro de dois mil e um, finalmente Messias Gonçalves, nunca mais fumaria.
Acontece que no dia primeiro de setembro daquele ano, num dia de sábado, a nossa família se reuniu para comemorar mais um aniversário do nosso primeiro sobrinho genuíno, Marcelo Victor, que seria no dia seguinte, dois de setembro. Temos como hábito, sempre que há alguma comemoração, começarmos no sábado à noite, terminando somente no domingo (com direito a dormir, se preciso).
Ao iniciar as comilanças e as bebedeiras no sábado pela noite, coloquei em minha mente, sem dizer pra ninguém, que ao acordar no domingo, independentemente de quantos cigarros ainda me restassem, mandaria comprar mais um maço, e ao terminar, finalmente NÃO FUMARIA MAIS. DEIXARIA. E DEIXEI MESMO!
Hoje dois de setembro de dois e onze, passados exatos dez anos, confesso para vocês que ainda insistem com esse vicio ou mesmo os iniciantes, e que alegam não poder deixar de fumar porque ao comerem, beberem, fazerem sexo, esperar alguém, não suportará. Digo com toda certeza do que passei e que faço tudo isso, muito bem, graças justamente por ter “deixado” e não parado, temporariamente.
Espero que esse artigo possa ajudar aos seus doze ou treze leitores. E deixem de ser escravos da Souza Cruz,, Viva eu, viva os que ao meu redor convivem, viva o meio ambiente, viva a natureza e VIVA A VIDA! Obrigado a José Figueiredo por ter tido essa brilhante idéia, e obrigado a José Pereira, que inconscientemente, me ajudar quando sem nenhum propósito, me narrou esse que também passou a ser um dos meus melhores presentes. Messias Gonçalves
OBS: Messias Gonçalves nesses dez anos economizou o equivalente a um carro zero quilometro popular. Somente levando em conta um maço por dia (nos finais de semana eram no mínimo três), em valores atuais, deixou de gastar cerca de R$ 20.075,00 (vinte mil e setenta e cinco reais).
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